sexta-feira, 1 de junho de 2012

Telma Weisz fala da alfabetização nas escolas públicas nas últimas décadas


Uma das maiores especialistas em alfabetização no Brasil trata das práticas escolares frágeis que não ensinam a ler e escrever, das mudanças no ensino nas últimas décadas e da qualidade da formação docente

Há 50 anos, ainda estudante do curso Normal, ela assumiu como professora sua primeira turma de 2ª série. "Não sabia nada sobre alfabetização", revela Telma Weisz. Suas vivências quando criança colaboraram para que analisasse a maneira pela qual os alunos aprendem. Começou a ler e escrever antes mesmo de ir à escola graças a um insistente contato com gibis e uma lista de nomes de pessoas da família escrita pela mãe, a pedido dela. "Usava aquelas palavras, já conhecidas, para comparar com outras que encontrava." 


Sua trajetória como educadora e formadora de professores é marcada por feitos importantes para a história da Educação no Brasil. Foi uma das autoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Língua Portuguesa, consultora do Ministério da Educação (MEC) e supervisora pedagógica na elaboração e na implementação do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa). No livro O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem (133 págs., Ed. Ática, tel. 4003-3061, 43,90 reais), discutiu a diferença entre os processos que dão nome à obra. Escreveu também a apresentação de Psicogênese da Língua Escrita (300 págs., Ed. Artmed, tel. 0800-7033-444, 61 reais), título sobre as pesquisas realizadas pela psicolinguista Emilia Ferreiro e pela pedagoga Ana Teberosky, ambas argentinas. 



Telma segue se dedicando às questões do mundo da alfabetização. É coordenadora do curso de pós-graduação sobre o tema no Instituto Superior de Ensino Vera Cruz (Isevec), na capital paulista. Responde também pela implementação e supervisão do Programa Ler e Escrever, que capacita os professores da rede estadual paulista e pela elaboração da prova do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), aplicada aos alunos do 3º ano - ambas iniciativas com ótimos resultados. "Os dados das provas de 2011 revelam que 94,7% das crianças de 8 anos estão alfabetizadas", comemora. 



Nesta entrevista a NOVA ESCOLA, Telma fala sobre a alfabetização ontem e hoje, traçando um panorama da área e apontando as fragilidades de algumas práticas atuais, e reflete sobre sua prática como educadora. 


Qual a principal mudança na Educação desde os anos 1960, quando teve início seu trabalho na área?

TELMA WEISZ Há 50 anos, metade da população fracassava na escola porque ela não era para todos. Se não fossem de classe média ou alta, as crianças eram tratadas como não ensináveis. Isso ficou mais evidente com a expansão do acesso ao ensino para as classes populares e pela migração da classe média para as instituições particulares. Essa separação pode ser notada até hoje, mas menos do que antes. A maioria dos professores atualmente assume que é obrigação ensinar a todos, ainda que não consiga. Mas não era assim que se pensava. 


Quais os avanços na alfabetização? 

TELMA A grande mudança foi no início dos anos 1980, quando Emilia Ferreiro descobriu e publicou os dados de uma pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita. Naquela época, no Brasil, não se falava mais sobre alfabetização. Isso era considerado um problema sem solução. Quando se divulgou a investigação da psicogênese, houve um renascimento da questão. A discussão não era mais sobre métodos infalíveis para todas as crianças ou qual era o método bom para os ricos e qual o bom para os pobres. Pela primeira vez, foi possível um olhar construtivista sobre um conteúdo escolar, aliás, sobre o mais escolar de todos os conteúdos. O sistema de ensino, que era feito para ensinar a ler e escrever, não conseguia dar conta disso e, de repente, se começou a vislumbrar uma possibilidade. O maior interesse pela pesquisa psicogenética foi na esfera pública, e não na privada, onde essa questão não era tão problemática. A rede estadual de São Paulo foi a precursora: em 1984, começou a difundir a informação. Fui convidada para trabalhar lá porque era estudiosa do assunto. 


Apesar de frequentarem a escola há anos, muitos jovens têm dificuldades para ler e escrever. Por quê?

TELMA Os analfabetos funcionais são produto de uma escola que produz não-leitores e não-escritores. Há uma ideia falsa de como se aprende a ler e escrever e o currículo - cheio de ideias ultrapassadas - é reflexo disso. Ensina-se gramática para que a turma produza textos escolares. Enquanto o ensino tiver esse foco, formaremos pessoas que não saberão ler e escrever. Não são as aulas de gramática normativa que levam alguém a ser um bom escritor. Bons textos são feitos por quem lê e redige regularmente. 


Que contribuições a psicogênese proporcionou à área?

TELMA Ela chegou para destacar a validade de pensar no conhecimento já adquirido pelas crianças independentemente da classe social a que pertenciam. Isso permitiu aos educadores olhar para o objeto de conhecimento e para o processo de aprendizagem por um novo ângulo. Era preciso dialogar com o aluno sobre o que ele sabia. Ocorreram muitas coisas interessantes para marcar a diferença no ensino. O professor passou a ser chamado de mediador, e o ensino, mediação, por exemplo. Hoje, esses termos não estão mais em voga, mas naquele momento foram importantes, uma forma de destacar que não era mais do mesmo. Quando a psicogênese entrou na escola, ocorreu um processo de construção de uma didática da alfabetização. A produção de práticas de ensino se tornou intensa a partir de 1985. O trabalho com projetos se desenvolveu depois, mas a forma de criar situações em que a garotada pudesse refletir sobre a escrita, seja sobre a linguagem, seja sobre o sistema, já vinha sendo pesquisada. No Brasil, não existia investigação didática, mas muita coisa interessante foi criada nos projetos de formação de professores. 


As pesquisas não eram realizadas nas universidades? 

TELMA Não. No Brasil, a universidade esteve ausente, diferentemente do que ocorreu na Espanha, no Uruguai e na Argentina. Aqui, quem estudou o tema trabalhava com formação, como eu, e divulgava o conhecimento por meio de cursos e vídeos.



Entrevista retirada do site da Revista Nova Escola

quinta-feira, 17 de maio de 2012

2º Fórum de Gestão Educacional

Senac Rio promove, dia 31 de maio, 2º Fórum de Gestão Educacional
Publicado em 15 de maio de 2012

O Senac Rio realiza, no dia 31 de maio, no auditório da Fecomércio-RJ (Flamengo), o 2º Fórum de Gestão Educacional. Com o tema ‘Avaliação, um compromisso com a aprendizagem’, o encontro pretende levantar um debate sobre a utilização da avaliação no sistema educacional. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelos telefones 2536-3941 e 2536-3942 ou pelo e-mail botafogo@rj.senac.br

Para participar do evento, o Senac Rio convidou três importantes educadores da área. Celso Vasconcellos, doutor em educação pela Universidade de São Paulo, abre o evento. Luiz Carlos de Menezes, livre-docente da USP, comenta a avaliação por competências. Jussara Hoffmann, mestre em avaliação educacional, encerra a tarde com palestra e participa de debate sobre o tema.

Palestrantes convidados:

Celso Vasconcelos
Autor de diversos livros na área de educação, Celso é Doutor em Educação pela USP, Mestre em História e Filosofia da Educação pela PUC/SP. É pedagogo, filósofo, pesquisador, escritor, conferencista e professor convidado de cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente é responsável pelo Libertad - Centro de Pesquisa, Formação e Assessoria Pedagógica.

Luiz Carlos de Menezes
Livre-Docente em Educação e Física pela USP, Doutor pela Universitat Regensburg e Mestre pela Carnegie Mellon University , Luiz Carlos é professor do Instituto de Física e orientador do programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-graduação Interunidades em Ensino de Ciências, da USP. É Articulista da Revista Nova Escola e membro do Conselho Técnico Científico da CAPES para Educação Básica e da equipe da UNESCO do Projeto de Currículos Integrados no Ensino Médio. Além disto, preside a Comissão de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro da Sociedade brasileira de Física.

Jussara Hoffman
Autora de diversos livros e artigos sobre educação, Jussara é Mestre em Avaliação Educacional. Graduada em Letras, é também conferencista, consultora educacional, pesquisadora e fundadora e diretora da Editora Mediação, especializada em livros para professores.

Programação:

8h – Recepção e Credenciamento
8h30 – Boas-vindas Senac Rio
9h – Palestra “Avaliação, um compromisso com a aprendizagem” – Celso Vasconcellos
11h – Palestra “Avaliando por competência, no sistema educacional” – Luiz Carlos de Menezes
14h – Palestra “Avaliar: respeitar primeiro, educar depois” - Jussara Hoffmann
15h30 – “Conversando sobre avaliação” - com Wilma Freitas (gerente de Educação do Senac Rio) e convidados
17h – Encerramento com entrega de certificado ao participante

Serviço:

2º Fórum de Gestão Educacional - Inscrições gratuitas. Vagas Limitadas.
Data: 31/05/2012
Local: Auditório da Fecomércio-RJ (Rua Marquês de Abrantes, 99 – Flamengo)
Inscrições: 2536-3941 e 2536-3942 ou pelo e-mail botafogo@rj.senac.br (nome, telefone/celular e instituição)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Seminário “O DIA DA EDUCAÇÃO EM MOVIMENTO”

9 de Maio de 2012, Teatro Municipal Raul Cortez, Duque de Caxias



Programação



8h00
Credenciamento / Welcome Coffee

8h30
Bia Bedran
Abertura “Fundamentos da Arte Narrativa”

Mestre em Ciência da Arte pela UFF (Universidade Federal Fluminense), professora da UERJ, graduada em Musicoterapia e Educação Artística, cantora, compositora, contadora de histórias e escritora.Integrante do Quintal Teatro Infantil de 1973 até início dos anos 80 e do Grupo Musical “Bloco daPalhoça”, onde mesclava composições suas com uma profunda pesquisa de ritmos e gêneros musicais do Folclore Brasileiro.Apresentou os programas “Canta-Conto” e “Lá vem História”, TVBrasil/RJ e TV Cultura de S.P., nas décadas de 80 e 90.Com mais de 35 anos de carreira dedicados ao público infantil, Bia Bedran escreveu 10 livros e gravou 8 cds com histórias populares e canções de sua autoria. Também lançou 2 DVDs gravados ao vivo, ” Histórias de um João de Barro”, uma homenagem aos 100 anos de Braguinha em 2007, e ” Cabeça de Vento”, em 2010. Nos últimos anos, viaja pelo Brasil participando de eventos culturais e congressos, levando seus espetáculos para diversos palcos em teatros, escolas e praças públicas.

9h30
Gabriel Perissé
Palestra "Quem Ensina Sempre Aprende: O Aperfeiçoamento Humano Como Tarefa Cotidiana"
Professor e escritor. Formado em Letras pela UFRJ, mestre em Literatura Brasileira pela USP, doutor em Filosofia da Educação, também pela USP, com pós-doutorado em Filosofia e História da Educação, pela Unicamp. Ministra palestras/cursos sobre temas relacionados à arte de ler, pensar, escrever e ensinar. Professor de Comunicação Visual, Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Infantil, no Centro Universitário São Camilo, na Universidade de Santo Amaro e no Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa. Colabora em várias revistas e jornais. Criador do Núcleo Pensamento e Criatividade, em convênio com a Escuela de Pensamiento y Creatividad.Publicou, entre outras obras Ler, Pensar e Escrever; O Leitor Criativo, A Arte da Palavra, O Professor do Futuro, Filosofia, Ética e Literatura e A Arte de Ensinar



11h30

Coffe Break

13h00
Credenciamento

13h30
Duo Alcantilado (cordas)
Abertura

Grupo formado pelo violonista Fábio Nin e pelo bandolinista Paulo Sá. Vencedor do prêmio Shell 2009. Toca clássicos do repertório brasileiro instrumental, centrado no choro, mas com instigantes arranjos de compositores como Egberto Gismonti e César Camargo Mariano, relidos com suingue carioca, pegada jazzística e acabamento erudito.



14h30

Frei Betto
Palestra "Educação na Pós-Modernidade"

Autor de 53 livros, editados no Brasil e no exterior, Frei Betto nasceu em Belo Horizonte (MG). Estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia.
Frade dominicano e escritor, ganhou em 1982 o Jabuti, principal prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, por seu livro de memórias Batismo de Sangue. Em 1986, foi eleito Intelectual do Ano pelos escritores filiados à União Brasileira de Escritores, que lhe deram o prêmio Juca Pato por sua obra “Fidel e a religião”.
Seu livro A noite em que Jesus nasceu (Editora Vozes) ganhou o prêmio de "Melhor Obra Infanto-Juvenil" de 1998, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Em 2005, o júri da Câmara Brasileira do Livro premiou-o mais uma vez com o Jabuti, agora na categoria Crônicas e Contos, pela obra“Típicos Tipos – perfis literários” (Editora A Girafa). Em 2011, seu romance policial Hotel Brasil está entre as dez obras finalistas do Prêmio Jabuti, no quinto lugar. Foi coordenador da ANAMPOS (Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais), participou da fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da CMP (Central de Movimentos Populares).
Prestou assessoria à Pastoral Operária do ABC (São Paulo), ao Instituto Cidadania (São Paulo) e às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Foi também consultor do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).Em 2003 e 2004 atuou como Assessor Especial do Presidente da República e coordenador de Mobilização Social do Programa Fome Zero. Desde 2007 é membro do Conselho Consultivo da Comissão Justiça e Paz de São Paulo. É sócio fundador do Programa Todos pela Educação. Colabora com vários jornais, revistas, sites e blogs, no Brasil e no exterior.



16h30

Coffe Break






quinta-feira, 26 de abril de 2012

CEDERJ seleciona tutores para Ensino Superior a Distância


Estão abertas, até o dia 6 de maio, as inscrições para a seleção de tutores bolsistas presenciais e a distância de nível superior da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro-Cecierj / Consórcio Cederj, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia. São oferecidas 271 vagas, sendo 228 para tutores presenciais e 43 para tutores a distância. A seleção se destina ainda a 1.563 vagas para formação de cadastro de reserva, das quais 1.324 (presencial) e 239 (a distância).

O valor mensal da bolsa do tutor a distância varia conforme a titulação, sendo R$513 para graduado, R$544 para especialista, R$575 para mestre e R$638 para doutor. Para esse valores, a atuação é de 10 horas por semana. No caso do tutor presencial, a bolsa mensal varia conforme a carga horária, podendo chegar a R$1.375, para 10 horas semanais de tutoria.

Os interessados em se candidatar devem ter concluído graduação na área em que irão atuar ou ter conclusão prevista para até 5 de maio de 2012. As oportunidades são para as áreas de Administração; Administração Pública; Tecnologia em Sistemas de Computação; Tecnologia em Gestão de Turismo e as seguintes licenciaturas: Ciências Biológicas; Física; História; Letras; Matemática; Pedagogia; Química e em Turismo.

As inscrições são recebidas até 6 de maio somente pela página da Fundação Cecierj na internet <www.cederj.edu.br>. A taxa de inscrição é de R$30 e deverá ser paga em espécie, em qualquer banco, preferencialmente Bradesco, por meio do boleto bancário a ser impresso ao final da inscrição.

As vagas são destinadas ao atendimento da demanda a partir do início do 2º semestre letivo de 2012, na tutoria dos cursos de graduação a distância, no regime semipresencial, oferecido pelas instituições públicas de ensino superior (UERJ, UENF, UFF, UFRJ, UFFRJ, UNIRIO e CEFET), que formam o Consórcio Cederj (Centro de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro).

O tutor presencial vai atuar em um dos 32 polos regionais, distribuídos pelas microrregiões do Estado. Já o tutor a distância atuará nas salas de tutoria das universidades consorciadas.

Os tutores atenderão os alunos em horários pré-estabelecidos e sua função é orientar os estudantes, presencialmente ou a distância, para a construção de uma metodologia própria de estudos e apoio direto em relação ao conteúdo da disciplina. Além disso, o tutor esclarece dúvidas, incentiva a participação nas atividades propostas e orienta o aluno para a metodologia da educação a distância, enfatizando a necessidade de se adquirir autonomia na aprendizagem.

Para tutores a distância, o processo seletivo constará de provas de títulos, carta de autoapresentação e entrevista. Já para tutores presenciais, a seleção será feita por meio de prova discursiva, de títulos e entrevista. A divulgação do resultado final da seleção está prevista para 26 de junho.

http://www.cederj.edu.br/fundacao/index.php?option=com_content&view=article&id=275:cederj-seleciona-tutores-&catid=1:noticias&Itemid=7

Para início de conversa...

Este blog tratará do uso dos textos na sala de aula.


Também estaremos divulgando Cursos, Seminários, Paletras, Oficinas, Concursos, etc.

Espero que juntos, possamos enriquecer nossas práticas e construir novas e significativas estratégias para nossa atuação!

Vamos dar início?